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JÁ A DESISTIR?

Roma e Pavia não se fizeram num dia. — ditado popular

Quando queremos alcançar objetivos mais ambiciosos, ter melhores relações interpessoais, ter relacionamentos amorosos duradouros ou mais satisfatórios, uma das estratégias é adotar melhores hábitos.


Os melhores hábitos são os que satisfazem as nossas necessidades, num determinado nível, por um prazo longo e sem efeitos colaterais desastrosos. Melhores ou piores, temos hábitos. Muitos. Definem-nos. Integram-se ao nível da identidade.

“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente." Aristóteles

Ora, quando decidimos que queremos mudar um hábito porque desejamos, porque acreditamos que temos, porque pensamos que devemos ou, pior, porque nos dizem que é melhor, iniciamos cheios de vontade. Geralmente, mais cedo do que mais tarde, percebemos que entrámos numa das cenas do tipo "Missão Impossível" e que, afinal, não somos o Tom Cruise, o tal capaz de se pendurar na porta do avião porque tem de ser e porque gosta de mostrar ser corajoso e dispensar duplos.


Como nos definimos é determinante para tornar mais fácil ou mais difícil mudar um hábito ou adotar um novo hábito. Ora, vejamos alguns clássicos:


A pessoa que aprecia um bom petisco:

- Epa... devia comer menos e ter uma alimentação mais saudável. Mas, sou uma pessoa de pessoas, adoro as intermináveis patuscadas com os amigos. Sempre com um bom vinho e nada desses pratos vegetarianos ou vegan, que agora é moda. Agora, até o cheese cake é de abóbora, sem açúcar e claras que não são de ovos. Também é demais! O que vale é que faço desporto!


Probabilidade de começar a ter uma alimentação mais saudável com refeições mais leves, com vegetais, menos gordura, menos calorias? Muito reduzida, para não dizer nula, porque se tiver um problema cardiovascular grave, devido aos hábitos alimentares, o grau de probabilidade dispara.

A pessoa que detesta hábitos e rotinas:

- Detesto a rotina, adoro fazer o que me apetece, quando me apetece e ter poucas obrigações, só aquelas que não posso evitar. Por isso, não venham com a teoria que para ser mais produtivo, ter mais energia, devo ir ao ginásio três vezes por semana e às sete da manhã, para evitar faltar ao fim do dia por causa dos imprevistos.


Probabilidade de instalar o hábito de ir ao ginásio três vezes por semana, qualquer que seja o horário? Nula! A probabilidade dispara se não chamar ao comportamento "fazer uma atividade física" um hábito, ou não considerar a ida ao ginásio uma rotina. Se um dia tiver este bom hábito, vai passar a fazer parte do conjunto enorme de hábitos. que pessoas assim também têm e que os amigos dizem serem, na sua maioria, maus hábitos.


A pessoa que simplesmente é como é:

- Sou assim e pronto. Há anos que adormeço a ver televisão, porque é a única maneira de adormecer. Já tentei várias coisas, não resultam. Além disso, descontraio. E se incomodar alguém... temos pena. Quem gosta, gosta. Quem não gosta, passe bem... e não vale a pena vir com a conversa que perturba o bom sono, que o cérebro não descansa. De mim, sei eu.


Instalar hábitos para ter qualidade de sono.... fora de questão.

Problemas nos relacionamentos? Alguns, certamente.


Um dos principais fatores que nos leva a desistir de mudar um hábito ou instalar novos hábitos: entrar em conflito com a nossa identidade, com quem dizemos ser e com o que afirmamos gostar de fazer.


Os nossos comportamentos reforçam a forma como afirmamos ser. Inconscientemente rejeitamos comportamentos que geram internamente este conflito, mesmo quando de forma consciente sabemos que é o melhor para nós ou desejamos mudar.


Como dar a volta?


Quem quer ser, se achasse que era capaz? Porquê?

Quem precisa de ser para ter a vida que gostava, se achasse que era possível?

O que quer mudar é importante para alcançar o quê? E isso é importante para quê?


Agora é acreditar que é possível mudar, transformar-se na pessoa que pode ter a vida extraordinária que deseja, nos seus termos. A seguir é entrar em ação.


Há mais mais fatores que nos fazem desistir depois de entrar em ação? Claro que há. Existem outros dois com um poder tal que nos faz atirar a toalha ao chão.


Calma. Um de cada vez. Vamos, agora, anular este. Nem Roma e Pavia se fizeram num dia.


Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, portanto, não é um ato mas sim um hábito.”
Aristóteles





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