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À DISTÂNCIA RESULTA?

Lisboa-Madrid, Lisboa-Londres, Lisboa-Estocolmo. Histórias. Pessoas que se apaixonam, pessoas que assumem compromissos, pessoas que acreditam poder ter uma vida em comum e que por motivos válidos estão a largos, larguíssimos, quilómetros de distância. E a pergunta não costuma ser "Vai resultar?", mas "Quanto tempo vai durar?"


Deverá ser este o condenatório pressuposto à partida? Se pensarmos, todos conhecemos casais que decidem adormecer sob o mesmo teto todas as noite e, quando os encontramos, entre amigos escuta-se "Afinal, ainda estão juntos.", e uma outra voz apregoa "É uma questão de tempo ou de oportunidade".


Para um princípio existe inevitavelmente um fim e não deixa de ser uma questão de tempo e de circunstância. Valerá, assim, a pena ousar viver uma paixão, um amor, um relacionamento à distância? Nesse hiato, entre princípio e fim, na ausência do fantasma Expectativa, apreciam-se improváveis sabores de alegria e felicidade que desafiam as probabilidades ditadas pelo precavido, tantas vezes invejoso, Senso-comum. Um casal sinistro, Expectativa e Senso-comum, que insistimos em convidar para double date.


Inúmeras razões unem pessoas e as fazem desejar ter uma relação. Pensemos nas mais prosaicas, presentes nos sonhos de homens e mulheres, paixão e amor. Se a história tem um final feliz? Pensar no final remete-me sempre para um momento menos feliz e admitindo-se um final natural, por princípio, também não será feliz. Foquemo-nos, pois, na história ou seja na relação.


Vendo a relação como história que se lê, diria que uma boa história, para mim, lê-se com os olhos numa página e o pensamento já na outra, imaginando o que se segue. Por vezes, lê-se mais devagar para apreciar os detalhes de uma descrição tão única como a vivência. Olhe para a sua relação, gosta do que lê?


Por outro lado, quando pensamos em escrever a história, há que ter a preocupação de manter o ritmo de ação, desenvolver um laço forte entre os personagens, dando-lhes espaço e liberdade para crescer, florir, amadurecer, confiando que a raiz do tronco comum para crescer também agradece, além de nutrientes, espaço.


Uma vez mais, "raiz [...] crescer [...] nutrientes [...] espaço" - porque, naturalmente, o que não está a crescer está a morrer. Assim é, também, com as relações.


Ao escrever o seu romance, enorme atenção ao argumento, por favor, ou arrisca-se a não passar da página trinta e tal, em que conclui a descrição, por vezes demasiado minuciosa e fastidiosa, dos personagens. Criatividade para o aroma de magia, suspense para o da curiosidade; empatia dos protagonistas e esperança de apogeus que sucedem dificuldades esperadas, inesperadas, inventadas, exageradas que os tornam heróis imaginários numa história real, digna de ser lida por um bom leitor. Nada nos prende mais do que a jornada de um herói.


Simples. Em resumo, alguns ingredientes que identifiquei em boas e reais histórias: paixão, alegria, confiança, empatia, colaboração, entusiamo, atenção, dedicação, coragem, memória (para recordarem o encanto das primeiras páginas), projeção. Ingredientes que se conjugam com propósito.


Complicado, dirão alguns.


Um desafio pessoal, diria eu, pois há uma busca individual continua destes elementos em tantos territórios: autoestima, autoconfiança, equilíbrio de vida, objetivos pessoais, flexibilidade, visão...


Carinho, Criatividade e Comunicação são grandes facilitadores.


Avance, se for o caso, ou continue, e viva uma relação com sentimento e intenção, à distância ou não, com sabedoria para tudo se encontra uma solução.


Responda-se, então, à primeira questão: "Nem sempre, mas algumas vezes o Amor acontece. Experimente."




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